Jornal da Bairrada cumpriu, no passado dia 17 de Fevereiro, 54 anos de existência.

O dia de aniversário é sempre um dia muito importante para a vida das organizações, fundadas pelo Homem.

Como também já nesta empresa, a grande maioria dos colaboradores, não faz parte do núcleo de fundadores do projecto, é nesta altura essencial revisitar as ideias originais dos criadores. É um exercício deveras importante, mas também fundamental. Não porque hoje não possamos ser mais ou menos críticos em relação às ideias originais e ter um pensamento distinto do de outrora, mas pelo respeito que nos merecem as pessoas que iniciaram o JB que, de certeza, provando imensas dificuldades, iniciaram aquele que hoje é o maior semanário da Bairrada e uma referência no jornalismo regional português.

Mas, felizmente não nos separa dos fundadores quase nada e os 54 anos do JB vieram provar quão certos estavam na ideia que puseram em prática. Essa é também uma lição para o presente. Pensaram um projecto, delinearam uma estratégia, criaram as condições necessárias e empreenderam uma empresa sem pedirem nada ao Estado de então. É o espírito que muitas vezes hoje falta aos portugueses. Serem empreendedores por sua conta e risco, assumindo sozinhos a vontade de ver crescer a nossa comunidade, a nossa terra, o nosso País.

Mas JB não cresceu apenas porque os fundadores o resolveram criar. Foi a leitura e o empenho de manter vivo este jornal de muitos leitores ao longo deste meio século que fizeram a sua fortaleza.

Decisiva foi também a dedicação, quase anónima, de muitos dos seus colaboradores espalhados pelas lugares da Grande Bairrada, em Portugal ao no Mundo, que continuam a ser o pilar fundamental do nosso projecto. É deles a maior quota do sucesso deste jornal. Sem eles, não nos chegam os detalhes que fazem a notícia diferente das dos outros. Sem eles, a Bairrada não estava tão próxima do barradinho. Sem eles, o JB não era o mesmo e não teria o mesmo interesse.

Não devemos também esquecer aqueles que, em várias épocas, coordenaram e protagonizaram o seu desenvolvimento. Primeiro Dr. Aulácio de Almeida, depois Dr Manuel Filipe e ainda hoje Armor Mota. Também a gestão do JB ganhou nos últimos quinze anos alguma importância e é hoje justo lembrar esforço o Prof Carlos Nunes, o empreendedorismo do Carlos Granjeia e a dedicação contagiante do Dr. António Chambell.

Os trabalhadores e colaboradores que hoje fazem este jornal, continuam a apostar nas ideias que enformam o estatuto editorial original. Mas, hoje, a empresa cresceu bastante, a concorrência aperta, a qualidade que nos é exigida é maior e, por isso, não podemos apenas pensar em manter o JB.

Precisamos de novas ideias, audazes mas consistentes, de apostar mais em novos meios de divulgação como a Internet, de interagir melhor com os nossos leitores. Esse é o grande desafio dos tempos de hoje, dos actuais colaboradores e funcionários, mas também dos nossos leitores.

Este é um desafio que vos deixo e para o qual a actual direcção está aberta.

António Granjeia*
*Administrador do Jornal da Bairrada